terça-feira, 16 de março de 2010

ESSA CALOU OS AMERICANOS.!!!


Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!
Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado
sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário
ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York,
como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas
mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia
seja nossa. Só nossa!


DIZEM QUE ESTA MATÉRIA NÃO FOI PUBLICADA, POR RAZÕES ÓBVIAS. AJUDE A
DIVULGÁ-LA, SE POSSÍVEL FAÇA TRADUÇÃO PARA OUTRAS LÍNGUAS QUE DOMINAR.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Edvaldo Santana,tá assustado?


A proposta da coluna Cadeira giratória do Jornal Fato Paulista, é falar sobre cultura e os muitos personagens que a fazem. Receberemos sempre em nossa redação uma pessoa atuante no meio cultural, a fim de expressar suas opiniões e responder as muitas perguntas de nossos convidados especiais.
No dia 26/02, Edvaldo Santana nos fez uma visita, ele que é cantor e compositor paulistano,tem uma “pegada” que mistura ritmos como MPB,Blues,Samba e etc; não freqüenta a grande mídia mas já tocou com Zeca Baleiro, Chico Cesar, Arnaldo Antunes,Tom Zé, entre outros.Com uma série de Cds Gravados de forma independente: “Lobo Solitário”1993; “Tá Assustado?” 1995, “Edvaldo Santana” 1999, com o famoso “Samba do trem”; “Amor de Periferia” 2004; “Reserva de Alegria” 2006;e agora o seu mais recente, "Edvaldo Santana ao vivo”.Suas músicas podem ser ouvidas nas Rádios USP e Eldorado, é também um dos fundadores do saudoso MPA (Movimento Popular de Arte) de São Miguel Paulista nos anos 80.O músico participou de nossa “cadeira giratória”. Entre os convidados estavam Valmir Macedo,poeta e escritor; Jeferson Ronin,caricaturista; Bea, líder do Movimento Cultural Vila Verde; João Luis,Cineasta; além da equipe do Jornal.

Valmir: Quais foram os músicos que te influenciaram no Blues?

Edvaldo: Através de uma amiga que trabalhava em uma rádio aqui em São Paulo , que representava e tocava Jazz e Blues; comecei a ouvir Charles Parker, Miles Davis, Billie Holiday entre outros.Quem realmente me influenciou foi Howlin Wolf e o grande “pai” do blues Robert Johnson.

Primus: Edvaldo, como você vê os movimentos culturais nos dia de hoje?

Edvaldo: Eu acho que hoje os movimento culturais não devem ser “estáticos”,devem agregar pessoas e gêneros artísticos/culturais; hip hop, samba,maracatu,tudo isso tem que se misturar.Devem propor não só a manifestação, mas a discussão e a reflexão sobre arte e a cultura no geral. Nunca se prestando a instrumento para coleta de votos, ou promoção de uns e de outros .

Bea: Na sua trajetória, você já pensou em desenvolver um trabalho social com a comunidade voltado para crianças?

Edvaldo: Eu tenho apoiado muito projetos,entre eles o “Estação da Arte” e o “Projeto Guri”, os quais realizei alguns workshops e até oficinas.Creio que estas iniciativas de projetos não devem partir de alguém sozinho,mas de todo um coletivo de pessoas com objetivos em comum.

Primus: Edvaldo, você acha que hoje as Casas de Culturais cumprem seu papel?

Edvaldo: Acho que nem todas, existem lugares por aí muito mal administrados, com pessoas que não tem embasamento cultural nenhum, isso prejudica muito as pessoas,mas existem também muitas Casas de Cultura com pessoas realmente engajadas, com comprometimento e respeito pelas pessoas das comunidades e pelo dinheiro público.

Valmir: Nos seus shows você já abriu espaço para poetas?

Edvaldo: Sim, claro. Já fiz trabalhos com muitas pessoas,assim como Mário Bortoloto e outros artistas.Na verdade tudo tem que combinar;o roteiro do show ou do evento, o artista/poeta, as músicas e o público.

Jeferson: Qual seria a raiz do problema o qual as pessoas não valorizam a cultura brasileira?

Edvaldo: Antigamente, ainda sob a ditadura militar, existiam vários programas de música na TV . Artistas como Roberto Carlos, Caetano Veloso,Chico Buarque e Simonal, cantavam em diversos programa populares que representavam a música brasileira.Hoje isso não ocorre mais,a música popular brasileira perdeu sua força de protesto e contestação, rendendo-se aos interesses mercadológicos da mídia, tornando-se fundo musical das imagens que o do Brasil representa aqui e lá fora.