terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A MATEMÁTICA DOS NORMAIS

Ninguém sabe ao certo de onde vem a força que move a “máquina humana” em seu eterno recomeço, alterando sempre a rota do abismo e margeando o positivo. Absurdas contendas atravessaram o calendário e ofuscaram ideais.Eleições, Copa do Mundo, mudanças na Corte e transferências de “poder”, confundiram os desatentos e inflamaram os espertos.O ciclo da vida urbana e local segue um ritmo cada vez mais acelerado e silencioso; dialogando cada dia menos com aqueles que compõem este lugar tão promissor e outrora tranqüilo.
A classe “Artística” e “Cultural” de Itaquera avançou alguns centímetros, buscando autonomia e saindo do discurso vazio, despertando/percebendo a estagnação dos equipamentos loteados pela política dos conchavos e administrados por bonecos. Os poucos grupos/artistas que ascendem (ainda anônimos), visualizam as possibilidades de uma “terra fértil”, mas ingrata, que glorifica os hipócritas e fragmenta a verdade. Em 2010, a partir de uma pequena nova e bem intencionada consciência, alguns coletivos de Cultura realizaram a “tarefa alheia” em espaço publico, exercendo um direito democrático e proporcionando a “falsa alegria dos ociosos”. Estamos na “era” dos debates construtivos; de ações reais que precisam avançar além das fronteiras do “eu” e do “meu”, desse ou daquele grupo ou pessoa...


Daqui a pouco o ano é outro, a mesma sombra, o mesmo rosto, a mesma fronte.A chuva virá mais forte e sol cegará mais um olho nu. Precisamos seguir adiante sem lamento; ponteando as cordas do relógio e do violão, seguindo o certo e o errado, o tic e o tac, o bip analógico e distante do tempo, vivenciando, escrevendo e construindo a saga humana.Fugir da “matemática dos normais”, onde mil mais mil são mais votos, mais lucros, mais audiência, mais competição, menos diálogo, menos amor e menos humanidade...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

CIPÓ DE ARUEIRA

Os desencontros vividos pela Legião Estrangeira que reina em nossa pátria, refletem em nosso cotidiano, desconforta os notáveis, agrega os iguais e destoa os ignorantes.Caminhando sempre apressado como o relógio, é fácil perceber que Itaquera mudou, as pessoas sentem um certo orgulho ao falarem dele e de seu 324 anos.Uma saudade de um tempo sempre a recordar e que para cada um traz um sentimento.Onde estamos na história do Bairro?A Locomotiva agora circula em outros trilhos. O maquinista já partiu há muito tempo.Como referência nem estação temos mais.Ouve uma época em que as pessoas sentiam apenas o peso das lutas, choravam suas dores em silêncio e diziam sim para tudo.Hoje o inconformismo carrega suas siglas e é exposto nas ruas, clandestinidade e silêncio nunca mais. Aquele que recebia “o pão que o diabo amassou” e se dava por satisfeito, agora recusa este pão, pois não lhe serve mais para o corpo e muito menos para a alma. O cipó de Arueira que doía na carne do negros nos velhos engenhos; aos poucos agora revida no couro dos bossais demiurgos em forma de protestos e ações de combate à inércia dos equipamentos de controle social e civil.Encerramos o mês que é símbolo da criação de Itaquera como Bairro, com um encontro de manifestações da Cultura Popular do Nordeste, o Forró pé de serra e a Literatura de Cordel, fechando com uma “enxurrada” de alegria o Aniversário deste lugar Ita-pedra-quera-dura...