terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A MATEMÁTICA DOS NORMAIS

Ninguém sabe ao certo de onde vem a força que move a “máquina humana” em seu eterno recomeço, alterando sempre a rota do abismo e margeando o positivo. Absurdas contendas atravessaram o calendário e ofuscaram ideais.Eleições, Copa do Mundo, mudanças na Corte e transferências de “poder”, confundiram os desatentos e inflamaram os espertos.O ciclo da vida urbana e local segue um ritmo cada vez mais acelerado e silencioso; dialogando cada dia menos com aqueles que compõem este lugar tão promissor e outrora tranqüilo.
A classe “Artística” e “Cultural” de Itaquera avançou alguns centímetros, buscando autonomia e saindo do discurso vazio, despertando/percebendo a estagnação dos equipamentos loteados pela política dos conchavos e administrados por bonecos. Os poucos grupos/artistas que ascendem (ainda anônimos), visualizam as possibilidades de uma “terra fértil”, mas ingrata, que glorifica os hipócritas e fragmenta a verdade. Em 2010, a partir de uma pequena nova e bem intencionada consciência, alguns coletivos de Cultura realizaram a “tarefa alheia” em espaço publico, exercendo um direito democrático e proporcionando a “falsa alegria dos ociosos”. Estamos na “era” dos debates construtivos; de ações reais que precisam avançar além das fronteiras do “eu” e do “meu”, desse ou daquele grupo ou pessoa...


Daqui a pouco o ano é outro, a mesma sombra, o mesmo rosto, a mesma fronte.A chuva virá mais forte e sol cegará mais um olho nu. Precisamos seguir adiante sem lamento; ponteando as cordas do relógio e do violão, seguindo o certo e o errado, o tic e o tac, o bip analógico e distante do tempo, vivenciando, escrevendo e construindo a saga humana.Fugir da “matemática dos normais”, onde mil mais mil são mais votos, mais lucros, mais audiência, mais competição, menos diálogo, menos amor e menos humanidade...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

CIPÓ DE ARUEIRA

Os desencontros vividos pela Legião Estrangeira que reina em nossa pátria, refletem em nosso cotidiano, desconforta os notáveis, agrega os iguais e destoa os ignorantes.Caminhando sempre apressado como o relógio, é fácil perceber que Itaquera mudou, as pessoas sentem um certo orgulho ao falarem dele e de seu 324 anos.Uma saudade de um tempo sempre a recordar e que para cada um traz um sentimento.Onde estamos na história do Bairro?A Locomotiva agora circula em outros trilhos. O maquinista já partiu há muito tempo.Como referência nem estação temos mais.Ouve uma época em que as pessoas sentiam apenas o peso das lutas, choravam suas dores em silêncio e diziam sim para tudo.Hoje o inconformismo carrega suas siglas e é exposto nas ruas, clandestinidade e silêncio nunca mais. Aquele que recebia “o pão que o diabo amassou” e se dava por satisfeito, agora recusa este pão, pois não lhe serve mais para o corpo e muito menos para a alma. O cipó de Arueira que doía na carne do negros nos velhos engenhos; aos poucos agora revida no couro dos bossais demiurgos em forma de protestos e ações de combate à inércia dos equipamentos de controle social e civil.Encerramos o mês que é símbolo da criação de Itaquera como Bairro, com um encontro de manifestações da Cultura Popular do Nordeste, o Forró pé de serra e a Literatura de Cordel, fechando com uma “enxurrada” de alegria o Aniversário deste lugar Ita-pedra-quera-dura...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

SILÊNCIO SIMPÁTICO

Adormecidos e céticos, permaneciam todos até pouco tempo atrás. O percurso em direção aos resultados atuais foi longo e cheio de obstáculos. Muitos verbos foram empregados, muitas solas de sapato foram gastas. Nenhum conchavo, nenhum truque ou acordo foi feito. Apenas a persistência, a verdade e a competência.O potencial Cultural de Itaquera é muito grande, tanto quanto a sua extensão. Finalmente este ano teremos no Aniversário do Bairro, uma Programação Cultural formada pelo Artistas locais e distribuída pelos quatro cantos de nossa região.A proposta Cultural “Novembro de Arte” foi apresentada e aprovada de forma democrática e unânime pelos membros da Comissão de Organização dos Festejos dos 324 anos do Bairro, compostas por pessoas da Comunidade, Representantes do Comércio, Instituições e ONGs, além do próprio Governo local.O fortalecimento dos debates em prol de Ações Culturais que contemplem os Artistas de Itaquera, é uma Bandeira ateada por esta Coluna desde o seu início. Esta Programação é um primeiro passo em direção à novas realizações de interesse Coletivo.

Aniversário de Itaquera – 2010
“Novembro de Arte”


Programação

Dia 12 –Sarau na Oficina Cultural
Alfredo Volpi

19:00= Leone da Gaita (Blues)
19:30= Cia Teatro do Acaso (Performance)
20:00= Ademiro Alves (Literatura Periférica)
20:30= Poesia livre (poetas convidados)
21:00=Meramolim (MPB)
Local= Rua-Victorio Santim, 205 –
Centro de Itaquera


Dia 13 – Vila Verde Cultural
15:00= Porto de Luanda (Maracatu)
15:45= Pintura de Rosto e brincadeiras
16:30= Edson e Osmar (Sertanejo)
17:30= Grupos locais de Hip Hop, Beboys e Rapers
Rua-Jeritana,122 – Vila Verde

Dia 21 – CEU Azul da Cor do Mar
Comemoração do Dia da Consciência Negra
15:00= Filme
16:00= Palestra
16:30= Apresentação de Dança
17:00= Banda Quinoa (MPB)
Rua-Ernesto de Souza Cruz, 2171 –Cid.
A. E. Carvalho


Dia 28 – Projeto Porto Cultural
15:00= Dialeto Dub (Reggae)
16:00= Cacá Lopes (Cordel)
16:30=Trio Arco Verde (Forró)
Rua-Antonio de Moura Andrade, 149 –
Vila Brasil


Quando permanecemos em espera ou pairamos sob o palco, aguardando a deixa do ator (sua réplica), e o mesmo está ausente de sua personagem, pousamos no vazio da cena. Mas quando o mesmo entra no ato, latente e verdadeiro, o espetáculo quebra o vazio, despertando o publico de seu silêncio simpático.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O IDEAL NOSSO DE CADA DIA

Desde que o mundo é mundo, o homem questiona a natureza das coisas, divagando sobre teorias diversas a partir dos raciocínios mais intrigantes.A cada dia que passa temos a falsa impressão de que estamos avançando em direção à uma Democracia horizontal. A coletividade carrega em si uma enorme necessidade de espelhos e heróis. Belas imagens, frases repetidas, pulmões inflados e superficialidade. Aqueles que “controlam e discutem” a respeito de nossa sociedade, acomodam-se no conforto de seus ternos em gabinetes aquecidos.Estacionados em nossa ignorância, aplaudimos os bons e contemplamos os ricos com nosso sangue.O ideal esta fora
da lista de prioridades...

Sobreviver, pagar as contas, deixar de andar a pé... Uma música, um poema, sua alma; um muito obrigado, um sorriso amarelo e um bolso vazio.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

APERTE O VERDE...

Quando nascemos recebemos os primeiros estímulos
através de nossos pais, assim como os primeiros
contatos com o mundo externo. Isso é fato. O que
vem depois é o colorido da TV, os primeiros passos e
as primeiras palavras. As canções outrora inocentes,
começam a se tornar trilha sonora do comportamento, criando
dialetos carregados e distantes do humano, abrindo “campo”
para o consumismo. Em toda essa “tenra” trajetória, ou seja,
quando o ser não é forte, o ter prevalece e o natural se perde.
Isso também é fato? Ou é apenas uma impressão“digital”...
de nossos jovens? O processo eleitoral e “democrático”de nosso país,
nos dá cada vez mais certezas negativas como esta.
Elegendo “Tiricas” e confinando“pseudo-celebridades” em nossos
“viciantes” televisores;os debates cotidianos são inflamados
com o superfulo, criando cada vez mais alienados e alienantes.
Propagando e alimentando as falsas máximas brasileiras.Já está
mais do que na hora de acordarmos e abrirmos a janela para a
inquietude de nosso tempo, percebendo o mundo que está dentro e fora de cada um.
O homem é um ser integral. A harmonia entre a natureza
e o caráter positivo, poderiam estar mais presentes
no mundo, se a omissão não fosse um “sofá” macio dentro
de nós.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

RITA LEE E SUA SUA POSTURA INFELIZ...

"Itaquera é o c. de onde sai a bosta do cavalo do bandido!"
Vejam como a cantora Rita Lee se refere à nossa Itaquera. Ora, estamos todos aqui em casa tão orgulhosos e felizes por saber que nos próximos três anos nossa Itaquera passará por profundas transformações, começando pela construção da nova rodoviária de São Paulo e depois, além dos hotéis, restaurantes,e tudo que será construido e que mudará a face do nosso querido bairro, e vem agora essa senhora, que precisa arrumar uma forma de aparecer na mídia, e fala uma bobagem dessa! Claro, esse tipo de postura combina com ela, tão indelicada e grosseira que já é.Rita Lee está indignada com a reação do público e segue dizendo mais bobagens, ressaltando que no seu tempo,corintiano imbecil já nascia morto, e também declarou, no Estadão, que se soubesse que iria ganhar tanto destaque teria dito isso antes.Agora ela se despede do Twitter,falando assim: “Pau no c, de todos os babacas!”
E tem mais: diz que teme pela família, querendo se passar por vítima, é claro, e que tem medo de ameaças, ou seja, transforma os corintianos todos em bandidos. Ora, ela desconhece Itaquera, e tem mais:disse o Daniel, meu filho: “aposto que no futuro, quando for para receber uma boa grana da Prefeitura, ela vai querer se apresentar no palco do novo estádio, o que abrirá a copa do mundo de 2014”.É uma pena! Essa senhora já deu muita mancada. Recentemente gravou uma música que diz que ”tudo vira bosta”, ora,um quadro de Rembrandt, uma música de Mozart, uma canção do Chico Buarque, o que sinto pela mulher que amo, as minhas amizades sinceras, as coisas que escrevo e as que tantos já escreveram,as memórias da minha infância querida, essas coisas não ”viram bosta”. Ela está errada: nem tudo vira bosta.
Sua manifestação imbecil no Twitter, deveria ser alvo de um documento de protesto de toda a torcida corintiana, da escola de Samba Leandro de Itaquera, dos jornais de Itaquera,dos comerciantes, dos amáveis japoneses das cerejeiras, e de todos os itaquerenses.Já que ela disse isso, que ” Itaquera é o c. de onde sai a bosta do cavalo do bandido”, então teria que saber que os moradores de Itaquera amam o bairro, e têm dignidade. Ela não devia ter ofendido assim o amor que sentimos por Itaquera, de tão rica história.

Marciano Vasques - escritor

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O ANTI-TEATRO


Para que uma personagem possa ser “incorporada” pelo ator, é necessário técnica, muito ensaio, pesquisa, dedicação e etc. Assim como, para que uma peça de Teatro possa acontecer, é necessário que exista um texto, de preferência bem escrito e que transmita de forma linear ou não, as intenções do autor ou do grupo para com o público.Em “Música para Ninar Dinossauros”, (“espetáculo” de abertura da Mostra Cemitério de Automóveis), que até o dia 17/10 fica em cartaz no Centro Cultural Vergueiro, isto não acontece. O autor/ator Mário Bortolotto, parece transformar o palco em uma extensão de sua casa (de tão à vontade e despreparado que está), passa o tempo todo sentado em um sofá, bebendo e citando escritores da Geração Beatnik (estilo de vida anti-materialista que deu origem aos hippies), talvez na tentativa de “qualificar” sua Dramaturgia. Três amigos quarentões, fazem um “balanço” de suas vidas em meio à “sexo, drogas, rock in roll” e muito palavrão. Este é o tema. Um anti-herói, anti-social e anti-teatro que se repete em quase todas as suas peças, camufladas de belos títulos. Claro que nem tudo pode ser considerado ruim. A direção é de Fernanda D’umbra, destaque para Lourenço Mutarelli, (cartunista e escritor que hoje se revela um ótimo ator); a trilha sonora é composta por clássicos do rock, além de quatro belas atrizes que interpretam as prostitutas da história, tocam piano e cantam em um momento onde tudo parece perdido para o público; composto por jovens “seguidores” do velho “Marião”, figura conhecida na Praça Roosevelt, “point da elite do teatro” de São Paulo.

Um teatro vazio de significados e sem dizer realmente à que veio.Um espaço respeitado como o Centro Cultural que por ser democrático e ao mesmo tempo “simpático ao novo escracho”, acolhe também proposta rasas de platéia cheia.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

FOMENTANDO A PERIFERIA

Na reta final do mês de Agosto, a Zona Leste registrou Eventos de diversas naturezas em pontos variados de seu imenso “território periférico”. Óperas, Saraus, Debates, Cinema ao ar livre, Apresentações de Teatro e etc. Um despertar de idéias e atitudes de sonhadores que enfrentam a barbárie do mercado midiático e consumidor; oferecendo entretenimento e reflexão sobre o existir do homem e sua função dentro de um sistema chamado sociedade. A gratuidade da cultura através de Programas de Incentivo, como a Lei Municipal de Fomento ao Teatro, o VAI, Pontos de Cultura e etc; possibilita o acesso da população a ótimas produções e alimenta a “independência” de grupos que experimentam o verdadeiro contato com seu ideais artísticos e culturais.
Itaquera abriga em seus
“recôncavos marginais”, cidadãos e cidadãs que buscam fontes claras de luz à porta de suas cavernas, para seguirem caminhando de forma otimista, honesta e humana em meio a política dos “conchavos” e do “rouba mas faz”, sem beber, fumar ou “cheirar” os problemas . A diversão torna-se um paliativo para as dores sociais quando elas se tornam crônicas. A arte nos grandes “centros”,têm o papel de “inebriar os teóricos” e financiar o turismo decadente e urbano da cidade de São Paulo; apoiada muita vezes por empresas e seus Centros Culturais, Fundações e etc. Enquanto que a arte na periferia assume (quase) sempre um papel de resistência, de grito, de discurso, de revide social.Talvez aí esteja a grande repercussão de artistas como o escritor Ferrez, Alexandre Buzzo, Sérgio Vaz e tantos outros que acabaram criando uma “Literatura paralela”, chamada por eles de “Literatura Periférica”. Produzir Cultura e viver desta produção; satisfaz, enobrece e se multiplica... O “eixo burguês de arte”e seus grandes orçamentos Municipais, Federais e Privados, começa a perder espaço para Projetos “menores”e suas proposta originais, cheias de conteúdo. Ao invés de imponentes discursos políticos sobre a criação de mais cursos profissionalizantes nos CÉUS, para que os “pobres” e “infelizes”possam abastecer as máquinas com seus corações. Por que não tornar o Teatro, a Dança, a Música, o Cordel, o Maracatu, em matérias essenciais nas escolas? Para que assim, através das Artes possamos criar um novo ideal de Mundo. Como disse John Lenon: “Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas sei que eu não sou o único...”
Fomentar a periferia pode ser o primeiro passo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

BANDEIRAS AO VENTO

Contra-dizendo supersticiosos e os descrentes da boa sorte, na última sexta feira 13, um Sarau com muita música, dança e poesia marcou o lançamento do Projeto Porto Cultural na Sede da A.D.C. Porto Epitácio em Itaquera. Criado a partir da união de artistas e pessoas da comunidade, preocupados com a ociosidade dos espaços verdadeiramente destinados para tal fim (cultura).
O Projeto é mais uma iniciativa positiva em meio a tantas que “afloram” do caos e da ausência de ações do 1º setor. Com um público de pouco mais de 100 pessoas, entre eles adultos e crianças, o Evento contou com a presença de diversos artistas e personalidades do Bairro. O escritor Valmir Macedo abriu a noite com suas performances inquietantes, logo em seguida veio o Rap de José Evandro (Bea), Hip Hop com a “Família Crew”, Poesia e MPB com Esdras de Lucia, Blues com Leone da gaita e para “fechar” a noite, a banda B.F.R. deu seu recado com muito Hard Core. Uma noite cheia de tons, cores e talentos, longe da mesmice de “um banquinho e um violão”, o vício da cultura rasa. Mestres e Alunos, Pais e Filhos, Cidadãos e Cidadãs, respiraram os ares Culturais que nos faltam aos pulmões toda vez que procuramos em nosso bairro, lugares que possam abrigar manifestações artísticas originais e gratuitas. Novas e velhas gerações de um mesmo lugar, a “Pedra dura” que deu origem à várias histórias de conquistadores e conquistados, habitantes de uma “cidade”chamada Itaquera.

Com a proximidade das eleições para Deputados Estaduais e outros cargos de grande importância para nossa sociedade; o que dizem algumas “figuras” que se propõe a tais cargos, beira os delírios da comédia e da subestimação do povo. Infelizmente muitas pessoas despreparadas e distantes da realidade de Itaquera, saem por aí reivindicando para si os feitos de outros. Precisamos de mais Projetos, Casas de Cultura, Oficinas, Saraus e etc. Para nossa sorte muitas bandeiras “teimosamente” ainda resistem e algumas novas se erguem, com o intuito de orientar os navegantes de um país que vez ou outra se perde em suas contradições, criando náufragos sociais. (“É preciso estar atento e forte”...) Não podemos “dormir” nesta hora. É necessário distinguir o verdadeiro do falso, abraçar causas nobres, reais, lutar a favor da humanidade, coletiva ou individual, festejar as conquistas, seguir o vento e viver o hoje. “Não deixa o mar te engolir...”

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

PORTO CULTURAL

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Em 1976 surgiu em Itaquera um time de Futebol de Várzea chamado“Porto Epitácio”,
o nome é uma homenagem à cidade de Presidente Epitácio –SP e o seu famoso Porto margeado pelo Rio Paraná. O time hoje tornou-se uma Associação Desportiva e Cultural.Aos finais de semana, amigos, filhos, esposas, netos e agregados se reúnem em sua sede (própria) que fica próximo ao Hospital Planalto em Itaquera, para festejar, organizar e confraternizar alegrias e derrotas. O espaço onde hoje tudo isso acontece, também foi sede entre 2000 e 2003 de um Projeto de Cultura coordenado pelo músico Paulo Roberto (Pobeto) e pela atriz Patrícia Pires, com objetivo de oferecer à comunidade, oficinas de teatro, música, capoeira e etc. Diversas Mostras de artes e Workshops foram organizadas pelos próprios alunos; promovendo assim o protagonismo juvenil e a formação cultural.
Sentindo a falta de locais destinados às Artes em Itaquera e buscando aproximar a comunidade de propostas reais de Formação e Difusão Cultural, independentemente “desse ou daquele indicado” e bem vestido, responsável pelas “chaves” públicas. A Diretoria do Porto Epitácio em parceria com o Projeto Canjica de Marte iniciará a partir do mês de Setembro o Projeto Porto Cultural, que vai oferecer Oficinas de teatro, dramaturgia, música, dança de salão, dança de rua, dança do ventre, desenho, artes plásticas, criação literária, tai chi chuan e meio ambiente.
O lançamento do Projeto acontecerá no dia 13 de agosto a partir das 19 horas, durante um Sarau que reunirá artistas/professores, poesia, música, performances de teatro e dança. As inscrições para os cursos começam no dia 16 de agosto na própria sede do Projeto.

Sarau dia 13 de Agosto a partir das 19h
Local: A.D.C Porto Epitácio
Rua:Antonio de Moura Andrade, 149 – Itaquera
Informações sobre o Projeto Porto Cultural :
2556 3326/98927783

terça-feira, 3 de agosto de 2010

ILHAS CULTURAIS


O Brasil foi-se, quer dizer...saiu da Copa do Mundo, perdeu a chance de alcançar o tão “sonhado” hexa. Choro dali e daqui, revolta, discussões, manifestações contra jogadores e principalmente contra o técnico Dunga. Agora a pergunta que fica no ar...deixamos de ser brasileiros? É claro que não. Então porque rasgar as camisas verde e amarelo, repintar as fachadas das casas e voltar a ignorar a nossa bandeira? Este é um ano de eleições para Presidente e para Governador, é difícil dizer quantas pessoas se tocaram disso quando começou a Copa do Mundo; Brasília não “parou”, vários Projetos e Leis foram discutidas e aprovadas fora do foco da mídia, para a tranqüilidade de nossos Ilustríssimos políticos o futebol mais uma vez fez a sua parte.
No país dos contrastes, vez ou outra somos “arrebatados” por manias, “febres”, modas e paixões que alimentam os brasileiros de esperança e rendem sempre muito assunto.A renovação dos debates, discursos e preocupações populares ocorrem de forma tão sutil que pouco se nota. No nosso bairro, Itaquera essas mudanças também ocorrem quase da mesma forma, se não fosse o alarde que algumas figuras fazem em torno de si mesmas, procurando sempre se fazer notáveis, divulgando um feito aqui outro ali. Outros buscam a exposição de forma mais radical, achincalhando pessoas, siglas e pontos de vista contrários ao seu.
Na verdade, o que deveríamos fazer era refletir sobre o principio da união de indivíduos em torno de um bem comum: o desenvolvimento social e cultural de Itaquera. Esta seria a atitude correta a se tomar, propondo debates civilizados e democráticos diante de qualquer “novo” assunto. Apontar o positivo e o negativo sempre acompanhado de possíveis soluções. Infelizmente estamos diante de mais uma utopia romântica, pois aqueles que poderiam fazer a diferença propondo ou mediando novas idéias, estão procurando seu “lugar ao sol”, enquanto que a chamada “elite intelectual da Zona Leste” está mais preocupada em glorificar a “Cultura rasa”, com bastante vinho e cerveja. Em um jardim onde a formiga canta e a cigarra recebe a fama, o distanciamento entre a ética, a verdade e os interesses pessoais podem até serem“encobertos” por uma folha qualquer, passando despercebido por algum tempo, mas logo se notará o resultado, artificial e vazio.Dificilmente alguém questionará sobre o real e o surreal do fazer artistico.A falta de espaços adequados à produção cultural na região confundem aqueles que buscam entretenimento de qualidade social e intectual;transformando qualquer ponto comercial com uma "moçada bonita", musica ao vivo e bebida em uma "ilha de cultura".

quarta-feira, 30 de junho de 2010

História, memória e bandeiras

Como já foi comprovado ao longo da história da humanidade, as bandeiras são utilizadas para marcar posse de um determinado território ou representar um clã, região, país, grupo etc. Muitas pessoas tomadas por ideais, simbolicamente carregam suas bandeiras em seus corações e discursos. Bandeiras feministas, sociais, políticas e culturais. Quando se fala em cultura, algumas pessoas não tem idéia da dimensão de linguagens artísticas que permeiam o universo cultural. Certa vez propomos uma discussão sobre este assunto em Itaquera, surgiram muitos jovens, mas também muitos artistas veteranos do bairro, buscando espaços e querendo serem ouvidos, cada um carregando sua bandeira no coração. Infelizmente existem aqueles que andam por aí com o “peito estufado” coberto por uma bandeira bonita, eclética e imponente, se auto proclamando defensores dos fracos, coitadinhos e esquecidos artistas; utilizando seus “super poderes” para alfinetar aqueles que não habitam sua corte de demagogias. Não estamos aqui para “duelar” sob o sol de Itaquera, mas sim para falar sobre cultura e expor à luz os artistas que residem e consideram este lugar, sua casa. À medida que vamos vivendo vamos escrevendo nossas histórias, cheias de personagens que interagem conosco e com o mundo. Todos nós sabemos que não se pode apagar a história. Um fato ocorrido não pode ser transformado ou deformado, principalmente quando este fato envolveu um coletivo de pessoas que de certa forma também foram protagonistas. A partir desta edição vamos falar de cultura de uma forma democrática e direta, citando os artistas e seus trabalhos, linguagens, espetáculos e apresentações.

domingo, 4 de abril de 2010

CANJICA DE MARTE GINCANA DA ARTE

Dia 09/04 a partir das 19h, acontecerá um Sarau promovido pelo Projeto Canjica de Marte que este ano completa 15 anos de existência. A proposta deste Encontro Cultural é experimentar a materialização de poemas por meio de diversas linguagens.

O Canjica de Marte surgiu em 1995, a partir de um protesto contra o fechamento das Oficinas Culturais, que foi realizado por um grupo de artista da Zona Leste de São Paulo; se chamava SOS Cultura e teve repercussão em vários meios de imprensa.

Ocupação dos públicos com atividades Culturais, este tem sido o objetivo do Projeto, que desde o seu surgimento já passou por vários locais; SESC, SESI, Estação Brás de Trem da CPTM e etc.

Local: Oficina Cultural Alfredo Volpi
Rua Victório Santin, 206 - Itaquera - fone 2205 5180 .

terça-feira, 16 de março de 2010

ESSA CALOU OS AMERICANOS.!!!


Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!
Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado
sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário
ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York,
como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas
mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia
seja nossa. Só nossa!


DIZEM QUE ESTA MATÉRIA NÃO FOI PUBLICADA, POR RAZÕES ÓBVIAS. AJUDE A
DIVULGÁ-LA, SE POSSÍVEL FAÇA TRADUÇÃO PARA OUTRAS LÍNGUAS QUE DOMINAR.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Edvaldo Santana,tá assustado?


A proposta da coluna Cadeira giratória do Jornal Fato Paulista, é falar sobre cultura e os muitos personagens que a fazem. Receberemos sempre em nossa redação uma pessoa atuante no meio cultural, a fim de expressar suas opiniões e responder as muitas perguntas de nossos convidados especiais.
No dia 26/02, Edvaldo Santana nos fez uma visita, ele que é cantor e compositor paulistano,tem uma “pegada” que mistura ritmos como MPB,Blues,Samba e etc; não freqüenta a grande mídia mas já tocou com Zeca Baleiro, Chico Cesar, Arnaldo Antunes,Tom Zé, entre outros.Com uma série de Cds Gravados de forma independente: “Lobo Solitário”1993; “Tá Assustado?” 1995, “Edvaldo Santana” 1999, com o famoso “Samba do trem”; “Amor de Periferia” 2004; “Reserva de Alegria” 2006;e agora o seu mais recente, "Edvaldo Santana ao vivo”.Suas músicas podem ser ouvidas nas Rádios USP e Eldorado, é também um dos fundadores do saudoso MPA (Movimento Popular de Arte) de São Miguel Paulista nos anos 80.O músico participou de nossa “cadeira giratória”. Entre os convidados estavam Valmir Macedo,poeta e escritor; Jeferson Ronin,caricaturista; Bea, líder do Movimento Cultural Vila Verde; João Luis,Cineasta; além da equipe do Jornal.

Valmir: Quais foram os músicos que te influenciaram no Blues?

Edvaldo: Através de uma amiga que trabalhava em uma rádio aqui em São Paulo , que representava e tocava Jazz e Blues; comecei a ouvir Charles Parker, Miles Davis, Billie Holiday entre outros.Quem realmente me influenciou foi Howlin Wolf e o grande “pai” do blues Robert Johnson.

Primus: Edvaldo, como você vê os movimentos culturais nos dia de hoje?

Edvaldo: Eu acho que hoje os movimento culturais não devem ser “estáticos”,devem agregar pessoas e gêneros artísticos/culturais; hip hop, samba,maracatu,tudo isso tem que se misturar.Devem propor não só a manifestação, mas a discussão e a reflexão sobre arte e a cultura no geral. Nunca se prestando a instrumento para coleta de votos, ou promoção de uns e de outros .

Bea: Na sua trajetória, você já pensou em desenvolver um trabalho social com a comunidade voltado para crianças?

Edvaldo: Eu tenho apoiado muito projetos,entre eles o “Estação da Arte” e o “Projeto Guri”, os quais realizei alguns workshops e até oficinas.Creio que estas iniciativas de projetos não devem partir de alguém sozinho,mas de todo um coletivo de pessoas com objetivos em comum.

Primus: Edvaldo, você acha que hoje as Casas de Culturais cumprem seu papel?

Edvaldo: Acho que nem todas, existem lugares por aí muito mal administrados, com pessoas que não tem embasamento cultural nenhum, isso prejudica muito as pessoas,mas existem também muitas Casas de Cultura com pessoas realmente engajadas, com comprometimento e respeito pelas pessoas das comunidades e pelo dinheiro público.

Valmir: Nos seus shows você já abriu espaço para poetas?

Edvaldo: Sim, claro. Já fiz trabalhos com muitas pessoas,assim como Mário Bortoloto e outros artistas.Na verdade tudo tem que combinar;o roteiro do show ou do evento, o artista/poeta, as músicas e o público.

Jeferson: Qual seria a raiz do problema o qual as pessoas não valorizam a cultura brasileira?

Edvaldo: Antigamente, ainda sob a ditadura militar, existiam vários programas de música na TV . Artistas como Roberto Carlos, Caetano Veloso,Chico Buarque e Simonal, cantavam em diversos programa populares que representavam a música brasileira.Hoje isso não ocorre mais,a música popular brasileira perdeu sua força de protesto e contestação, rendendo-se aos interesses mercadológicos da mídia, tornando-se fundo musical das imagens que o do Brasil representa aqui e lá fora.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Cadeira Giratória

No final de 2009, Itaquera abrigou em alguns de seus espaços municipais ditos Culturais; oficinas, shows, diálogos, homenagens e etc. Após um longo período de “silêncio” e esquecimento, os poetas, músicos e atores foram lembrados, ouvidos e fotografados. Ao lado destes artistas, como acontece ano sim, ano não, surgiram aventureiros de muitos lados, abraçando, aplaudindo, assinando promessas em guardanapos e toalhas de mesa. Tudo isso em troca de inserção e destaque no nosso meio “Social Itaquerense”. Acredito que muitas pessoas tem boa memória, mas infelizmente não conseguem distinguir o verdadeiro do falso.Uma idéia original pode ser copiada ou plagiada por outra pessoa, mas ela nunca será realizada com a mesma verdade de seu criador. Realmente a imagem não é tudo.
Entramos já no 2º mês do ano, com uma série de idéias e projetos; mas é claro que o assunto do momento é o Carnaval, evento muito bem patrocinado e apoiado, devido ao seu tradicional poder de “mobilização” e “encantamento” popular. Nós artistas, já estamos com “o bloco na rua”, buscando apoio e espaço para realizar saraus e oficinas, participando de Editais e fortalecendo os coletivos existentes. A Cultura não é mercadoria que se põe na prateleira ou na estante para enfeitar a casa, ela é elemento de transformação social, individual e coletivo. Muitas vezes o tempo vai passando e o artista continua “penando”, perseguindo o seu ideal e nunca se vendendo. Por mais que seja tentado a isso ele segue sua vida; “com a mente quieta a espinha ereta e coração tranqüilo”.