quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O ANTI-TEATRO


Para que uma personagem possa ser “incorporada” pelo ator, é necessário técnica, muito ensaio, pesquisa, dedicação e etc. Assim como, para que uma peça de Teatro possa acontecer, é necessário que exista um texto, de preferência bem escrito e que transmita de forma linear ou não, as intenções do autor ou do grupo para com o público.Em “Música para Ninar Dinossauros”, (“espetáculo” de abertura da Mostra Cemitério de Automóveis), que até o dia 17/10 fica em cartaz no Centro Cultural Vergueiro, isto não acontece. O autor/ator Mário Bortolotto, parece transformar o palco em uma extensão de sua casa (de tão à vontade e despreparado que está), passa o tempo todo sentado em um sofá, bebendo e citando escritores da Geração Beatnik (estilo de vida anti-materialista que deu origem aos hippies), talvez na tentativa de “qualificar” sua Dramaturgia. Três amigos quarentões, fazem um “balanço” de suas vidas em meio à “sexo, drogas, rock in roll” e muito palavrão. Este é o tema. Um anti-herói, anti-social e anti-teatro que se repete em quase todas as suas peças, camufladas de belos títulos. Claro que nem tudo pode ser considerado ruim. A direção é de Fernanda D’umbra, destaque para Lourenço Mutarelli, (cartunista e escritor que hoje se revela um ótimo ator); a trilha sonora é composta por clássicos do rock, além de quatro belas atrizes que interpretam as prostitutas da história, tocam piano e cantam em um momento onde tudo parece perdido para o público; composto por jovens “seguidores” do velho “Marião”, figura conhecida na Praça Roosevelt, “point da elite do teatro” de São Paulo.

Um teatro vazio de significados e sem dizer realmente à que veio.Um espaço respeitado como o Centro Cultural que por ser democrático e ao mesmo tempo “simpático ao novo escracho”, acolhe também proposta rasas de platéia cheia.

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