terça-feira, 3 de agosto de 2010

ILHAS CULTURAIS


O Brasil foi-se, quer dizer...saiu da Copa do Mundo, perdeu a chance de alcançar o tão “sonhado” hexa. Choro dali e daqui, revolta, discussões, manifestações contra jogadores e principalmente contra o técnico Dunga. Agora a pergunta que fica no ar...deixamos de ser brasileiros? É claro que não. Então porque rasgar as camisas verde e amarelo, repintar as fachadas das casas e voltar a ignorar a nossa bandeira? Este é um ano de eleições para Presidente e para Governador, é difícil dizer quantas pessoas se tocaram disso quando começou a Copa do Mundo; Brasília não “parou”, vários Projetos e Leis foram discutidas e aprovadas fora do foco da mídia, para a tranqüilidade de nossos Ilustríssimos políticos o futebol mais uma vez fez a sua parte.
No país dos contrastes, vez ou outra somos “arrebatados” por manias, “febres”, modas e paixões que alimentam os brasileiros de esperança e rendem sempre muito assunto.A renovação dos debates, discursos e preocupações populares ocorrem de forma tão sutil que pouco se nota. No nosso bairro, Itaquera essas mudanças também ocorrem quase da mesma forma, se não fosse o alarde que algumas figuras fazem em torno de si mesmas, procurando sempre se fazer notáveis, divulgando um feito aqui outro ali. Outros buscam a exposição de forma mais radical, achincalhando pessoas, siglas e pontos de vista contrários ao seu.
Na verdade, o que deveríamos fazer era refletir sobre o principio da união de indivíduos em torno de um bem comum: o desenvolvimento social e cultural de Itaquera. Esta seria a atitude correta a se tomar, propondo debates civilizados e democráticos diante de qualquer “novo” assunto. Apontar o positivo e o negativo sempre acompanhado de possíveis soluções. Infelizmente estamos diante de mais uma utopia romântica, pois aqueles que poderiam fazer a diferença propondo ou mediando novas idéias, estão procurando seu “lugar ao sol”, enquanto que a chamada “elite intelectual da Zona Leste” está mais preocupada em glorificar a “Cultura rasa”, com bastante vinho e cerveja. Em um jardim onde a formiga canta e a cigarra recebe a fama, o distanciamento entre a ética, a verdade e os interesses pessoais podem até serem“encobertos” por uma folha qualquer, passando despercebido por algum tempo, mas logo se notará o resultado, artificial e vazio.Dificilmente alguém questionará sobre o real e o surreal do fazer artistico.A falta de espaços adequados à produção cultural na região confundem aqueles que buscam entretenimento de qualidade social e intectual;transformando qualquer ponto comercial com uma "moçada bonita", musica ao vivo e bebida em uma "ilha de cultura".

Um comentário:

  1. O ufanismo não pode nunca ser confundido com patriotismo, assim como alegria com a felicidade.
    Há uma jaula invisível, mas eficaz prendendo a classe proletariada, e estas por sua vez gosta de sentir-se presa e até luta contra aqueles que pretendem libertá-la, afinal ser livre exige muita responsabilidade.

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